Como cooperas?

Como cooperas?
"Lembremo-nos de que há serviço divino dentro de nós e fora de nós. A favor de nossa própria redençao, é justo indagar se estamos cooperando com o espírito inferior que nos dominava até ontem ou se já nos afeiçoamos ao espírito renovador do Eterno Pai." Emmanuel/ Vinha de Luz

sábado, 26 de dezembro de 2009

"Aperfeiçoamento pede esforço"

Emmanuel nos faz pensar e refletir ao afirmar "Aperfeiçoamento pede esforço." A indagação passa a ser inevitável: será que, de fato, estamos empenhados em nossa mudança, em nossso aperfeiçoamento?
Poderemos, no entanto, perguntar ainda: aperfeiçoar-se para quê?
Bem, se estamos em paz com nossa consciência, estamos no caminho certo. Se há uma certa dose de felicidade, de contentamento íntimo, também estamos no caminho.
Agora, caso estejamos buscando algo mais, como por exemplo, o equilíbrio, a serenidade, a paz (verdadeira!) de consciência... aí, sim, vale uma reflexão acerca do nosso grau de empenho em nos aperfeiçoar para sermos DE FATO felizes...
Ergamo-nos
“Levantar-me-ei e irei ter com meu pai...” – (LUCAS, 15:18.)

Quando o filho pródigo deliberou tornar aos braços paternos, resolveu intimamente levantar-se.
Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ação regeneradora.
Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do movimento reconstrutivo.
Elevar-se do vale da indecisão para a montanha do serviço edificante.
Fugir à treva e penetrar a luz.
Ausentar-se da posição negativa e absorver-se na reestruturação dos próprios ideais.
Levantou-se e partiu no rumo do Lar Paterno.
Quantos de nós, porém, filhos pródigos da Vida, depois de estragarmos as mais valiosas oportunidades, clamamos pela assistência do Senhor, de acordo com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos? Quantos de nós descemos, voluntariamente, ao abismo, e, lá dentro, atolados na sombria corrente de nossas paixões, exigimos que o Todo-Misericordioso se faça presente, ao nosso lado, através de seus divinos mensageiros, a fim de que nossos caprichos sejam atendidos?
Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda que desejamos abandonar.
Aperfeiçoamento pede esforço.
Panorama dos cimos pede ascensão.
Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos para a frente, caminhando com os padrões de Jesus.
- Levantar-me-ei, disse o moço da parábola.
- Levaantemo-nos, repitamos nós.
(EMMANUEL, do livro Fonte Viva, p. 39-40)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Renovemo-nos dia a dia
“... Transformai-vos pela renovação de vossa mente,
para que proveis qual é a boa, agradável
e perfeita vontade de Deus.”-
Paulo. (ROMANOS, 12:2.)

Não adianta a tranformação aparente da nossa personalidade na feição exterior.
Mais títulos, mais recursos financeiros, mais possibilidades de conforto e maiores considerações sociais podem ser simples agravo de responsabilidade.
Renovemo-nos por dentro.
É preciso avançar no conhecimento superior, ainda mesmo que a marcha nos custe suor e lágrimas.
Aceitar os problemas do mundo e superá-los, à força de nosso trabalho e de nossa serenidade, é a fórmula justa de aquisição do discernimento.
Dor e sacrifício, aflição e amargura, são processos de sublimação que o Mundo Maior nos oferece, a fim de que a nossa visão espritual seja acrescentada.
Facilidades materiais costumam estagnar-nos a mente, quando não sabemos vencer os perigos fascinantes das vantagens terrestres.
Renovemos nossa alma, dia a dia, estudando as lições dos vanguardeiros do progresso e vivendo a nossa existência sob a inspiração do serviço incessante.
Apliquemo-nos à construção da vida equilibrada, onde estivermos, mas não esqueçamos de que somente pela execução de nossos deveres, na concretização do bem, alcançaremos a compreensão da vida, e, com ela, o conhecimento da “perfeita vontade de Deus”, a nosso respeito.
(EMMANUEL, do livro Fonte Viva, p. 247-248)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Vigiemos e Oremos

“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação.”- Jesus. (MATEUS, 26:41).

As mais terríveis tentações decorrem do fundo sombrio de nossa individualidade, assim como o lodo mais intenso, capaz de tisnar o lago, procede do seu próprio seio.
Renascemos na Terra com as forças desequilibradas do nosso pretérito para as tarefas do reajuste.
Nas raízes de nossas tendências, encontramos as mais vivas sugestões de inferioridade. Nas íntimas relações com os nossos parentes, somos surpreendidos pelos mais fortes motivos de discórdia e luta.
Em nós mesmos podemos exercitar o bom ânimo e a paciência, a fé e a humildade. Em contacto com os afetos mais próximos, temos copioso material de aprendizado para fixar em nossa vida os valores da boa-vontade e do perdão, da fraternidade pura e do bem incessante.
Não te proponhas, desse modo, atravessar o mundo sem tentações. Elas nascem contigo, assomam de ti mesmo e alimentam-se de ti, quando não as combates, dedicadamente, qual o lavrador sempre disposto a cooperar com a terra da qual precisa extrair as boas sementes.
Caminhar do berço ao túmulo, sob as marteladas da tentação, é natural. Afrontar obstáculos, sofrer provações, tolerar antipatias gratuitas e atravessar tormentas de lágrimas são vicissitudes lógicas da experiência humana.
Entretanto, lembremo-nos do ensinamento do Mestre, vigiando e orando, para não sucumbirmos às tentações, de vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resitência que sorrir sob os narcóticos da queda.
(EMMANUEL, do livro Fonte Viva, p. 253-254)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A exemplo do Cristo


A exemplo do Cristo
“Ele bem sabia o que havia no homem.”- (JOÃO, 2:25.)
Sim, Jesus não ignorava o que existia no homem, mas nunca se deixou impressionar negativamente.
Sabia que a usura morava com Zaqueu, contudo, trouxe-o da sovinice para a benemerência.
Não desconhecia que Madalena era possuída por gênios do mal, entretanto, renovou-a para o amor puro.
Reconheceu a vaidade de intelectual de Nicodemos, mas deu-lhe novas concepções da grandeza e da excelsitude da vida.
Identificou a fraqueza de Simão Pedro, todavia, pouco a pouco instala no coração do discípulo a fortaleza espiritual que faria dele o sustentáculo do Cristianismo nascente.
Vê as dúvidas de Tomé, sem desampará-lo.
Conhece a sombra que habita em Judas, sem negar-lhe o culto da afeição.
Jesus preocupou-se, acima de tudo, em proporcionar a cada alma uma visão mais ampla da vida e em aquinhoar cada espírito com eficientes recursos de renovação para o bem.
Não condenes, pois, o próximo porque nele observes a inferioridade e a imperfeição.
A exemplo do Cristo, ajuda quanto possas.
O Amigo Divino sabe o que existe em nós... Ele não desconhece a nossa pesada e escura bagagem do pretérito, nas dificuldades do nosso presente, recheado de hesitações e de erros, mas nem por isso deixa de estender-nos amorasamente as mãos.
(do livro Fonte Viva, Emmanuel, p. 251-252)


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

CORAÇÕES CEVADOS

CORAÇÕES CEVADOS

“Cevastes os vossos corações,
como num dia de matança.”- (Tiago, 5:5.)

Pela prosperidade e aperfeiçoamento do mundo, trabalha o Sol, que é a suprema expressão da Divindade Vital no firmamento terrestre.
Colabora o verme na intimidade do solo, preparando ninho adequado às sementes.
Contribui a aragem, permutando o pólen das flores.
Esforça-se a água, incessantemente, entretendo a vida física e purificando-a.
Serve a árvore, florindo, frutificando e regenerando a atmosfera.
Coopera o animal, ajudando as realizações humanas, suando e morrendo para que haja vida normal no domínio da inteligência superior.
Indefectível lei de trabalho rege o Universo.
O movimento e a ordem, na constância dos benefícios, constituem-lhe a s características essenciais.
Há, porém, milhões de pessoas que se sentem exoneradas da glória de servir.
Para semelhantes criaturas, em cujo cérebro a razão dorme embotada e vazia, trabalho significa degredo e humilhação, inferno e sofrimento.
(Emmanuel, p. 187-188 Fonte Viva)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. IV

“NECESSIDADE DA ENCARNAÇÃO:
É um castigo a encarnação e somente os Espíritos culpados estão sujeitos a sofrê-la?
A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça. Mas, a encarnação, para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo.” (São Luís. Paris, 1859)

domingo, 6 de dezembro de 2009

A Virtude

A VIRTUDE
FRANÇOIS-NICOLAS-MADELEINE
Paris, 1863
8 – A virtude, no seu grau mais elevado, abrange o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto, são as qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, são quase sempre acompanhadas de pequenas falhas morais, que as deslustram e enfraquecem. Aquele que faz alarde de sua virtude não é virtuoso, pois lhe falta a principal qualidade: a modéstia, e sobra-lhe o vício mais oposto: o orgulho. A virtude realmente digna desse nome não gosta de exibir-se. Temos de adivinhá-la, mas ela se esconde na sombra, foge à admiração das multidões. São Vicente de Paulo era virtuoso. O digno Cura de Ars era virtuoso. E assim muitos outros, pouco conhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que eram virtuosos. Deixavam-se levar pela corrente das suas santas inspirações, e praticavam o bem com absoluto desinteresse completo esquecimento de si mesmos.
É para essa virtude, assim compreendida e praticada, que eu vos convido, meus filhos. Para essa virtude realmente cristã e verdadeiramente espírita, que eu vos convido a consagrar-vos. Mas afastai de vossos corações o sentimento do orgulho, da vaidade, do amor próprio, que deslustram sempre as mais belas qualidades. Não imiteis esse homem que se apresenta como modelo e se gaba das próprias qualidades, para todos os ouvidos tolerantes. Essa virtude de ostentação esconde, quase sempre, uma infinidade de pequenas torpezas e odiosas fraquezas.
O homem que se exalta a si mesmo, que eleva estátuas à sua própria virtude, em princípio aniquila, por essa única razão, todos os méritos que efetivamente podia ter. E que direi daquele cujo valor se reduz a parecer o que não é? Compreendo perfeitamente que aquele que faz o bem sente uma satisfação íntima, no fundo do coração. Mas desde o momento em que essa satisfação se exterioriza, para provocar elogios, degenera em amor- próprio.
Oh, vós todos, a quem a fé espírita reanimou os seus raios, e que sabeis quanto o homem se encontra longe da perfeição, jamais vos entregueis a essa estultícia! A virtude é uma graça, que desejo para todos os espíritas sinceros, mas com esta advertência: Mais vale menos virtude na modéstia, do que muitas no orgulho. Foi pelo orgulho que as humanidades se perderam sucessivamente. É pela humildade que elas um dia deverão redimir-se.
(O Evangelho Segundo o Espiritismo)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Respeito às convicções individuais

"A matéria é o obstáculo útil; provoca o esforço e desenvolve a vontade; contribui para a ascensão dos seres, impondo-lhes necessidades que o obrigam a trabalhar." (Leon Denis do livro O problemas do ser, do destino e da dor, p. 163)
Nossa intenção não deve ser a de fazer proselitismo, ou seja, convencer o outro na "marra". A Doutrina Espírita oferece esclarecimento àqueles que estão em busca de respostas, de consolo, ... Não é finalidade, mas meio. Meio de renovação íntima, é pra isso que ela nos serve - como um instrumento. De forma muito lúcida, tendo a razão por base, Allan Kardec teve o cuidado de organizar, didaticamente, toda a estrutura dessa Doutrina, para que ela possa nos ajudar em nosso processo evolutivo.
Assim, não se pode violentar o outro, em suas convicções (religiosas). Cada um de nós somos seres únicos, carregamos nossas experiências, necessidades... e crenças. Por isso, é fundamental respeitar aquele que não acredita em reeencarnação.

domingo, 22 de novembro de 2009

Afirmação Esclarecedora

AFIRMAÇÃO ESCLARECEDORA
"E não quereis vir a mim para terdes vida."- Jesus. (JOÃO, 5:40.)

Quantos procuram a sublimação da individualidade precisam entender o valor supremo da vontade no aprimoramento.
Os templos e as escolas do Cristianismo permanecem repletos de aprendizes que vislumbram os poderes divinos de Jesus e lhe reconhecem a magnanimidade, caminhando, porém, ao sabor de vacilações cruéis.
Creem e descreem, ajudam e desajudam, organizam e pertubam, iluminam-se na fé e ensombram-se na desconfiança...
(texto de Emmanuel do livro Fonte Viva, p. 87)
(continua...)

sábado, 14 de novembro de 2009

A interferência do mundo espiritual em nossas atividades se dá de forma tão natural que, por vezes, nos esquecemos que eles (os Espíritos desencarnados) influenciam em nossa vida muito mais do que imaginamos, e que "de ordinário são eles que" nos dirigem.
No entanto, nosso livre-arbítrio, enquanto componente da Lei Natural de Liberdade, é sempre inviolável. Isso faz toda a diferença, porque aprendemos com a Doutrina dos Espíritos que não podemos mais "jogar"a culpa pelos nossos equívocos em cima do "outro"...
Já não cabe mais dizer que fomos influenciados pelo demônio...
Quer dizer então que a o Espiritismo diz que o demônio não pode nos influenciar?
Mas, e a questão que fala "de ordinário são eles que vos dirigem", como fica? Os Espíritos influenciam ou não em nossa vida?
De acordo com informação contida no Livro dos Espíritos, há uma constante inflência do mundo espiritual em nossa vida, sim...
(continua...)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

auto-piedade

"[...] O Criador oferece à semente o sol e a chuva, o clima e o campo, [...] mas a semente terá que germinar por si mesma, elevando-se para a luz solar.
O homem recebe, igualmente, o Sol da Providência e a chuva de dádivas, [...] o campo da oportunidade, a defesa do amor e o adubo do sofrimento, [...] todavia, somos constrangidos a romper por nós mesmos os envoltórios inferiores, [...] (Emmanuel, no livro Fonte Viva, p. 34)
Diante de nossas dificuldades, nossa tendência natural, em regra, é colocar a "culpa" em fatores externos, e, não raras vezes, em outras pessoas. Seguimos dessa forma com a desastrosa ilusão de que somos vítimas da vida, das pessaos e das circunstâncias. Por que eu? De fato, como os Espíritos Superiores nos alertam, nosso (enquanto humanidade) maior obstáculo ao crescimento é o egoísmo ao lado do orgulho. Quando indagamos de forma rebelde por que eu?, estamos, em verdade, dizendo que se fosse com o outro não teria problema algum, afinal de contas, melhor que a desgraça seja na casa do vizinho do que na nossa, não é verdade?!! Hipocrisia dizer que (na maioria das vezes) não pensamos dessa forma. Atitudes como essa fazem com que permaneçamos num interminável círculo vicioso, que nos prende à inferioridade.
Mas, dizíamos que o orgulho também é um empecilho em nosso progresso moral. Somos extremamente orgulhosos pra reconhecer, por exemplo, que precisamos melhorar. Em geral, é o outro que precisa mudar. Quase sempre estamos convictos de que estamos corretos e de que estamos sofrendo injustiças (da vida). Aliás, essa suposta injustiça é vasto campo para nossas refexões, caso seja uma prioridade a questão evolutiva para nós. Teríamos muito a analisar.
Mas, finalizando, por hora, queremos deixar uma refexão: Será que diante de nossas dores, paramos para pensar que há outras pessoas que igualmente levam suas chagas morais, seus problemas e dificuldades? Ou, será que nos fechamos em nossas dores e nos limitamos, simplesmente, a lamentar, acalentando de forma ferrenha o sentimento de auto-piedade? E o que tudo isso tem a ver com o fragmento da mensagem de Emmanuel?

domingo, 25 de outubro de 2009

A violência do narcotráfico

"Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências desastrosas que daí decorrem? [...] A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos." (Allan Kardec em O Livro dos Espíritos, p. 331 - Da Lei do Trabalho)
Kardec escreveu isso em 1857, mas nos parece bem atual. Ao propor o título de Dimensões da Doutrina Espírita, pretendíamos relacionar os lúcidos conteúdos compilados pelo educador, pesquisador e cientista francês à nossa realidade (brasileira).
É certo que a problemática do norcotráfico é bastente complexa. Envolve questões como reformas no código penal, corrupção nas instituições da polícia civil e militar, ineficiência na "proteção" das fronteiras do Brasil, que permite que as armas ilegais entrem no país e cheguem até os traficantes, e uma série de questões pontuais. No entanto, todos esses pontos levantados e debatidos por especialistas competentes, ainda deixam de lado o "usuário", que é visto em muitos momentos como vítima.
Esse aspecto por si só já nos forneceria amplo material de reflexão à luz do Espiritismo. Em verdade poderíamos nos perguntar: quem é vítima, quem é culpado nisso tudo? E os políciais que estavam no helicópetero e que foram abatidos pelo poderio bélico dos traficantes no Rio de Janeiro? E os três jovens que morreram pelo mesmo poderio bélico dos traficantes, quando voltavam de uma festa à fantasia na madrugada de sábado?
O noticiário da televisão nos informa que uma missa de sétimo dia foi rezada em nome dessas vítimas. Nada justifica essas mortes e, sem a menor dúvida, os responsáveis precisam responder por esses impiedosos crimes.
Entretanto, a pergunta continua a ecoar: quem é vítima e quem é culpado? E a sociedade? Até que ponto é refém do tráfico de drogas e de armas? Será que já conseguimos cogitar das inúmeras causas que levam a uma declarada guerra entre traficantes e sociedade? Até que ponto há essa demarcação - sociedade de um lado, traficante do outro?
Voltemos ao Livro dos Espíritos: "A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos."
Não pretendemos advogar em nome do traficante. Nossa ideia é levantar o questionamento: por que nossas leis são tão brandas com relação ao usuário? Por que não há uma relação direta entre a violência do narcotráfico e aquele que compra a maconha, a cocaína ou o crack para seu consumo? A movimentação financeira do tráfico (de drogas) é estimada em milhões de dólares. O traficante não tira dinheiro do próprio bolso para comprar armas, que servirão, inclusive, para matar o polícial ou o civil que esteja passando na hora da fuga, por exemplo. Pode-se pensar que o poder de fogo das armas que conseguiram abater o helicóptero semi-blindado da polícia do Rio diz, dentre outras coisas, que esse investimento (que, repetimos, não vem do bolso do traficante!) provem de outra(s) fonte(s).
Pensemos um pouco mais e façamos a nossa saudável e necessária reflexão.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Dimensões da Doutrina Espírita

Quais seriam de fato as Dimensões da Doutrina Espírita?
Lembremos, ainda, que a Doutrina se nos apresenta sob um tríplice aspecto: religião, ciência e filosofia. Ao contrário do que muitos de nós pensamos ela não é finalidade. Não, definitivamente, não. O objetivo não é nos tornarmos espíritas. Doutrina Espírita é meio. Através dos esclarecimentos que nos oferece, torna-se um excelente instrumento a ser utilizado por nós em nossas múltiplas dificuldades do dia a dia. Obviamente há outros meios e caminhos para vencermos as nossas dificuldades e limitações.
Em momento algum torna-se uma pretensão do Espiritismo mostrar-se como o único caminho, embora seus fundamentos nos esclarecem de tal forma acerca de inúmeras incognitas que permeiam nossa realidade.
...
continua...

domingo, 30 de agosto de 2009

Porta estreita

"Larga é a porta da perdição, porque são numerosas as paixões más e porque o maior número envereda pelo caminho do mal. É estreita a da salvação, porque a grandes esforços sobre si mesmo é obrigado o homem que a queira transpor, para vencer suas más tendências, coisa a que poucos se resignam. É o complemento da máxima: Muitos são os chamados e poucos os escolhidos." (cap. XVIII do Evangelho Segundo o Espiritismo)
Se por um lado é fato que trazemos conosco nosso passado e nossas experiências de uma trajetória de seres imortais, não se pode esquecer que aqui estamos com o objetivo maior de nos libertarmos de toda esta carga, que ainda nos vincula à dor e ao sofrimento...
Não estamos irrevogavelmente destinados à porta estreita; se ela ainda nos parece assim, é devido ao conteúdo da nossa bagagem espiritual...
No entanto, cabe a cada um fazer seus esforços no empenho desta necessária e imprescindível libertação. Lembremos uma vez mais: é para issso que estamos aqui, para rompermos com o nosso passado. De fato, é impossível transpor a porta quando ainda arrastamos a carga volumosa do dias de ontem; entretanto, à medida que nosso esforço torna-se constante e nossa vontade é firmemente acionada, conseguimos perceber que a porta não se tornará menos estreita, mas o volume de nossa carga passa a ser redimensionado, permitindo, dessa forma, a nossa passagem.
"Todos temos, ligados a nós, desde o nosso nascimento, um Espírito bom, que nos tomou sob a sua proteção. Desempenha, junto de nós, a missão de um pai para com seu filho: a de nos conduzir pelo caminho do bem e do progresso, através das provações da vida. Sente-se feliz, quando correspondemos à sua solicitude; sofre, quando nos vê sucumbir." (Allan Kardec no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVIII)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Lei de Progresso

"A matéria é o obstáculo útil; provoca o esforço e desenvolve a vontade; contribui para a ascensão dos seres, impondo-lhes necessidades que o obrigam a trabalhar." (León Denis, do livro O problema do ser... pág. 163)
É sempre válido recordarmos que estamos todos submetidos à Lei do Progresso. Criados simples e ignorantes, construimos a nossa trajetória de seres imortais, acumulando experiências...
O movimento dinâmico do Universo nos incita, a todo instante, a caminhar. A vida nos faz esse convite a cada novo dia, a cada novo amanhecer. Entretanto, por vezes, somos teimosos. O orgulho, que nos impede de termos uma percepção real de nós mesmos, nos faz crer que estamos certos, mesmo quando insistimos em nos opor ao que recomenda a nossa consciência. A final de contas, é nela que estão inscritas as Leis Divinas, embora haja variação no grau de consciência de cada ser.
Porém, a vida possui seus mecanismos para fazer com que derpertemos.

domingo, 23 de agosto de 2009

"A faculdade de recordar é o agente que nos premia ou nos pune, ante os acertos e os desacertos da rota.
Dessa forma, se os atos louváveis são recursos de abençoada renovação e profunda alegria nos recessos da alma, as ações infelizes se erguem, além do túmulo, por fantasmas de remorso e aflição no mundo da consciência."
(Emmanuel, p. 21 do livro Religião dos Espíritos)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Tentação

"Qual acontece com a árvore, a equilibrar-se sobre as próprias raízes, guardamos o coração na tela do presente, respirando o influxo do passado.
É assim que o problema da tentação, antes que nascido de objetos ou paisagens exteriores, surge fundamentalmente de nós - na trama de sombra em que se nos enovelam os pensamentos..."
(Emmanuel p. 19 do livro Religião dos Espíritos)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Auto-conhecimento


Falta-nos um longo e laborioso caminho para nos libertarmos da forma... Não conseguimos, ainda, chegar até a essência. Por isso, tudo nos parece frágil e vulnerável. Todavia, a nossa vontade não foi acionada, permanecemos na superfície de tudo o que nos cerca; pior, nos contentamos com ela. Ignorância? Medo? Preguiça? Falta de fé, de motivação? Difícil responder...

É fato, no entanto, que esta tem sido uma postura corriqueira, um verdadeiro círculo vicioso, no qual nos encarceramos. Assim, nascemos e morremos, tornamos a nascer e morrer... sempre na superfície. Não nos ocupamos, inclusive, com o auto-conhecimento, o mergulho em nós mesmos. Talvez este seja o grandioso desafio, que viabiliza nossa ascensão e, consequente libertação; entretanto, permanecemos arraigados a ideia de grandioso no sentido de "insuperável"...

E, com isso, deixamos para depois. A final de contas, falta-nos tempo. São muitas as solicitações do dia-a-dia e, acaba sendo muito mais fácil "comprar pronto". Basta-nos ligar a televisão, somos mais uma vez "ludibriados" pela forma, pela imagem, e, simplesmente, nos deixamos "anestesiar". Na verdade, é o que os nossos cinco sentidos conseguem captar. Entretanto, somente somos ludibriados porque ainda nos permitimos...

Definitivamente, falta-nos o auto-conhecimento...

sábado, 25 de julho de 2009

Renovação



Embora estejamos todos inseridos na Lei do Progresso, não se pode esquecer de que a mudança, ainda que gradativa, deve ser constante.

Diz-nos o bom senso que a reforma é íntima, nem poderia ser diferente. "A cada um segundo suas próprias obras"; por uma questão de justiça, nossa "salvação" não está condicionada a nehum fator externo, depende da nossa disposição para mudar o que já é possível. Lembremos, ainda, que nossa consciência somente nos cobra daquilo que já podemos fazer.

Agindo de acordo com os valores que já conquistamos, já nos é possível fruirmos de um certo vislumbre de felicidade. Não se pode, entretanto, deixar-se entorpercer pelo pouco já alcançado, olvidando-se do muito que ainda nos falta galpar do caminho. Se o ar torna-se mais rarefeito, por conta da subida, há a contrapartida -o frescor e a beleza das paisagens que vão surgindo pelo caminho.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Livre-arbítrio

(questão 845) Não constituem obstáculos ao exercício do livre-arbítrio as predisposições instintivas que o homem já traz consigo ao nascer?
"As predisposições instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme seja este mais ou menos adiantado, elas podem arrastá-lo à prática de atos repreensíveis, no que será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de restitir. Lembrai-vos de que querer é poder."
De acordo com as informações dos Espíritos, nesta questão de O Livro dos Espíritos, nossa vontade tem um papel de suma importância, uma vez que é por nossa livre escolha que, de alguma forma, estaremos em condições de sermos influenciados por qualquer outro ser. A resposta acima nos diz, ainda, que "não há arrastamento irresistível...", isso nos faz pensar que não há como colocar a "culpa" no outro, ao escolhermos de forma equivoca, por exemplo. A responsabilidade, consequente das nossas escolhas, será sempre nossa - uma questão de justiça, não é verdade?!
No entanto, queremos destacar o seguinte aspecto da questão 845:
Kardec indaga dos Benfeitores com relação às nossas predisposições instintivas, ou seja, como fica a situação das tendências que, de algma forma, trazemos conosco?
Após uma leitura mais profunda, seguida de uma certa reflexão, pode-se compreender que, embora os equívocos e desvios do passado estejam "impressos" em nós como tendências inferiores, hoje temos a oportunidade da escolha, do livre-arbítrio e, que a utilização da nossa vontade é decisiva para o nosso avanço moral. Vale a pena lembrar que a vontade é individual, não há como outros fazerem a parte que nos cabe neste processo.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Livre-arbítrio

"Pelo uso do seu livre-arbítrio, a alma fixa seus destinos, prepara suas alegrias ou suas dores. Mas, nunca, no decorrer de sua marcha, na prova amarga como no meio da ardente luta da paixão, nunca os socorros do Alto lhe foram recusados. Por mais que se abandone a si mesma, por mais indigna que pareça, desde que desperte sua vontade de caminhar pelo caminho reto, a via sacra, a Providência a ajuda e sustenta." (Léon Denis)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Ampliando o nosso olhar


"Sai, cada dia, de ti mesmo, e busca sentir a dor do vizinho, a necessidade do próximo, as angústias de teu irmão e ajuda quanto possas." Emmanuel

domingo, 7 de junho de 2009

Caridade



"Não te negues a dar do pouco que já amealhaste. Não te negues a caminhar, seguindo a marcha do progresso. Todos os que caminham na Terra somos imperfeitos ainda, não se pode esquecer a humildade, condição trazida pelo Mestre Maior; no entanto, todos somos filhos de Deus e é nessa condição que PODEMOS e DEVEMOS contribuir. De que forma? Perdoando, compreendendo, amando, levantando, perseverando no bem e, acima de tudo, NÃO julgando. Se ainda não consegues amar, pois pode parecer difícil amar aquele que está ao lado, comeces por compreendê-lo. Também tu necessitas de compreensão, não é verdade?!"

domingo, 10 de maio de 2009

Paz

"Para que um homem seja filho da paz, é imprescíndivel trabalhe intensamente no mundo íntimo, cessando as vozes da inadaptação à Vontade Divina e evitando as manifestações de desarmonia, perante as leis eternas." (Emmanuel, no livro Vinha de Luz p. 143)
A orientação de Emmanuel não deixa dúvidas: a paz é conquista individual. Não se pode alcançar essa conquista sem o devido trabalho no mundo íntimo. Mais uma vez estamos falando de livre-arbítrio, escolha. Cada um constrói a sua estrada de acordo com as escolhas que vai fazendo a cada momento, uma questão de justiça...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Confiança

"Quem duvida de si próprio, pertuba o auxílio divino em si mesmo."
Emmanuel nos apresenta esta reflexão, fazendo-nos pensar em nossa responsabilidade diante da vida: nossa ação ou falta de ação fazem a diferença até mesmo no que diz respeito às questões de fé. É uma boa notícia saber que o auxílio (divino) está em toda parte; no entanto, a certeza de que a nossa atitude é fundamental para que as coisas aconteçam fornece uma autonomia importante nessa caminhada. A questão passa a ser a seguinte: o que fazemos com os recursos que recebemos constantemente, de que forma os utilizamos?
Reflexões...

terça-feira, 7 de abril de 2009

"... a genuflexão não soluciona questões fundamentais do espírito, nem a mera adoração à Divindade constitui a máxima edificação. Em verdade, todo ato de humildade e amor é respeitável e santo, e, incontestavelmente, o Senhor nos concederá suas bênçãos; no entanto, é imprescindível considerar que a manutenção e limpeza do vaso, para recolhê-las, é dever que nos assiste." (pág. 23 do livro Os Missionários de André Luiz psicografado por Chico Xavier)

quinta-feira, 5 de março de 2009

Uma questão de escolha

“Em matéria de mediunidade, não nos esqueçamos do pensamento.
Nossa alma vive onde se lhe situa o coração.
Caminharemos, ao influxo de nossas próprias criações, seja onde for.
(...)
Servindo ao progresso geral, move-se a alma na glória do bem. Emparedando-se no egoísmo, arrasta-se em desequilíbrio, sob as trevas do mal.
A Lei Divina é o Bem de todos.
Colaborar na execução de seus propósitos sábios é iluminar a mente e clarear a vida. Opor-lhe entraves, a pretexto de acalentar caprichos perniciosos, é obscurecer o raciocínio e coagular a sombra ao redor de nós mesmos.” (do livro Nos domínios da mediunidade psicografia de Chico Xavier, por André Luiz págs. 136/137 )
Uma nova oportunidade de reflexionar a cerca da importância do pensamento em nossa vida de relação. A doutrina de uma forma direta nos coloca diante da realidade de que nossa vida de relação não ocorre somente entre os "vivos"; ao contrário, nos relacionamos (mesmo que de forma inconsciente) com aqueles que já não possuem o corpo físico, mas que se mantêm de alguma forma e em algum momento vinculados a nós outros.
Esses companheiros por uma questão de afinidade estão envolvidos conosco. E nós? Quais os pensamentos que alimentamos? Quais os nossos interesses e ocupações? Quais as buscas e os objetivos que nos movem?
Sabendo o teor desses interesses, saberemos com toda certeza quem está ao nosso lado.
É pelo pensamento que recebemos o incentivo necessário a nossa renovação íntima, porque esse é o grande objetivo de estarmos aqui. Aqueles que torcem por esse tipo de progresso em nossa existência estão sempre que possível junto de nós, orientando-nos nesse sentido. No entanto, não há violência; esses Amigos respeitam a Lei de Liberdade (que é uma das Leis Divinas), ou melhor, nosso o livre-arbítrio.
A pergunta é: será que estamos disponíveis a esses companheiros,
será que permitimos a aproximação deles?
É uma questão de escolha.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Saúde mental

"A vida corpórea é a síntese das irradiações da alma. Não há órgãos em harmonia sem pensamentos equilibrados, como não há ordem sem inteligência." (pág. 107 do livro Nos domínios da mediunidade, André Luiz - Chico Xavier)
O que ocorre no corpo físico é, em verdade, um reflexo da vida mental de cada ser.
Dessa forma, torna-se extremamente importante o desenvolvimento do equilíbrio íntimo, a harmonia dos pensamentos com o que há de melhor.
O simples fato de colocar a culpa no que é externo não nos serve mais como desculpa, uma vez que somos dotados de autonomia para escolher e selecionar o que, de fato, importa enquanto valor.
Lembremos, ainda, do "tudo me é lícito, mas nem tudo me convém...", pois que representa uma grande verdade.
Pode-se pensar, a partir de então, que não somos proibidos de nada. O mundo globalizado da tecnologia bate a nossa porta a todo momento, oferecendo-nos aquilo que lhe interessa; cabendo a cada indivíduo, no entanto, decidir o que, de fato, convém - é uma questão de escolha, abrir ou não a porta.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Fé - conquista íntima



“A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente.”

(Santo Agostinho, O Evangelho Segundo o Espiritismo cap.V item 19)


Em meio a tanto barulho e agitação que a vida contemporânea nos oferece, às vezes, começamos a sentir a necessidade de quietude e paz. A busca do dia-a-dia pela “sobrevivência” acaba nos deixando cansados e uma falta de ânimo toma conta de nós. Nesse exato momento estamos sendo convidados, não a fazer a adesão ao movimento espírita, ou a qualquer outro tipo de seguimento religioso, mas a uma verdadeira viagem ao interior de nós mesmos – essa terra tão desconhecida, mas tão rica de respostas e possibilidades...
Cada ser é único, assim não há fórmulas. Não é a casa espírita, nem qualquer outro templo religioso que guarda a “chave mágica” que irá desvendar o “segredo”. Porque, na verdade, tudo que precisa ser desvendado encontra-se dentro de cada ser e, conseguintemente, cada um possui a sua “chave”, que na verdade não é tão mágica assim....
O que a doutrina espírita pode fazer por nós e, de uma forma bastante coerente e racional, faz, é nos orientar, esclarecer e até consolar. No entanto, não há milagres. O milagre é a nossa mudança. Um milagre perfeitamente possível, já que estamos aqui para isso.
Não são as coisas externas, não é o mundo moderno, da tecnologia que irá nos proporcionar felicidade, nem paz. A conquista é nossa, através da busca. Entretanto, a questão é: o que buscamos? De que forma? Onde? Em regra, buscamos fora; e, na maioria das vezes, o que é perecível, daí a grande frustração. Assim, ter fé não significa a adesão a esta ou aquela doutrina religiosa, não representa rótulo, nem prática exterior, mas acreditar em si, e, acima de tudo, ter a “luminosa certeza” de que há um Ser Supremo que criou o Universo, mas que, justamente por ser tão supremo assim, mantém a harmonia de tudo o que nele há.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Oração e vigilância no dia-a-dia

“... a mediunidade é um dom inerente a todos os seres, como a faculdade de respirar, e cada criatura assimila as forças superiores ou inferiores com as quais sintoniza. Por isso mesmo, o Divino Mestre recomendou-nos oração e vigilância para não cairmos nas sugestões do mal, porque a tentação é o fio de forças vivas a irradiar-se de nós, captando os elementos que lhe são semelhantes e tecendo, assim, ao redor de nossa alma, espessa rede de impulsos, por vezes irresistíveis.” (do livro Nos domínios da mediunidade pág. 58)

Sabemos, pelo Livro dos Espíritos, que não há arrastamento irresistível ao mal, somos atraídos de acordo com o nosso mais íntimo “conteúdo”; dessa forma, estamos vulneráveis às “tentações” por conta das fragilidades que carregamos. Assim, a recomendação de Jesus do orai e vigiai é sempre muito apropriada a cada um que esteja nessa busca do auto-aperfeiçoamento.
Talvez por descuido ou ainda por uma equivocada visão de nós mesmos, pensamos que já estamos imunes a determinado tipo de quedas. Com isso não estamos fazendo apologia à insegurança, que jamais nos levaria a qualquer lugar; referimo-nos, tão-somente, a uma cautela que nos viabilize segurança em nossos passos. Pode-se dizer que nisso também há um pouco de humildade em reconhecer nossa verdadeira condição de seres ainda imperfeitos.
O conhecimento, por exemplo, a que temos acesso através da Doutrina dos Espíritos, não nos dá nenhum tipo de imunidade, ao contrário, acarreta uma soma maior de responsabilidade. Jesus não prometeu aos apóstolos de sua época que estariam livres de qualquer tentação. Ainda carregamos nossas fragilidades emocionais e morais, por isso o cuidado de nos preservarmos contra os desvios que poderemos encontrar pelo caminho. As ilusões ainda podem nos pregar peças, desde que tenhamos o orgulho e a vaidade a nos cegar.
Fiquemos, então, atentos a nós mesmos, trabalhando intimamente para que cada vez mais estejamos fortalecidos e convictos da rota a ser seguida por nós, na plena certeza de que jamais estaremos sozinhos em nossas escolhas.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A percepção de nós mesmos

“A evolução vagarosa nos milênios ou o choque brusco do sofrimento alteram-nos o panorama mental, aprimorando-lhe os valores.”

De acordo com o Benfeitor Áulus no livro Nos domínios da mediunidade pelo espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier, é necessário o trabalho vagaroso, porque gradativo, do tempo ou, o que ele denomina de choque brusco do sofrimento, ou seja, a dor para que o nosso panorama mental enriqueça e expanda em valores. Uma boa reflexão nos faz compreender que de fato é assim que ocorre. Muitas vezes temos a oportunidade de aprender uma determinada lição que pacientemente nossos pais, por exemplo, nos explicam; no entanto, quase sempre, teimamos em não dar ouvidos. E o que ocorre, então?! Passado algum tempo, lá estamos às voltas com dificuldades que, de alguma forma, ensinam aquela lição que não aprendemos antes por mera teimosia.
Assim, dessa forma, não há como admitir que o sofrimento, a dor ou a dificuldade seja um primeiro recurso para nos fazer caminhar. As possibilidades que a Vida pode utilizar para que despertemos são muitas. Nossa compreensão é limitada, por isso enxergamos tão pouco, medindo, inclusive, o próprio Criador pela nossa, ainda reduzida, escala de valores.
O convite que a Doutrina Espírita nos faz a todo instante é ampliarmos nossa compreensão, inclusive acerca de nós mesmos, para que não enxerguemos apenas os defeitos. Lógico que precisamos enxergá-los, tendo consciência da nossa realidade íntima; entretanto, é fundamental enxergar também o lado luz que já há em nós.
Jesus, em muitos momentos, chamava a atenção, daqueles que se aproximavam dele, para as potencialidades adormecidas dentro de cada ser, esperando tão-somente a nossa vontade ser colocada em movimentação. Um bom exemplo disso, são os próprios apóstolos – escolhidos no meio do povo, não mostravam super-poderes, nem tão-pouco eram perfeitos, tiveram a oportunidade de conviver com o Mestre no dia-a-dia; só mais tarde, porém, despertaram para o que de bom já havia dentro deles a ser colocado em prática – a luz em movimento, a beneficio de todos aqueles que necessitassem de algum tipo de consolo e esclarecimento.
Guardando as devidas proporções, pensemos em nós.
O que fazemos com o pouco de luz que já possuímos!?
Ou será que não conseguimos percebê-la!?
Porque filhos do Criador, todos temos um pouco de luz para clarear, não apenas o nosso caminho, mas também e, principalmente, o daqueles que de alguma forma ainda estão tateando ao nosso lado. Se pensarmos um pouquinho, vamos nos lembrar o quanto somos iluminados por outros que encarnados ou não já possuem condições de nos mostrar o que ainda não havíamos percebido.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

SER FELIZ - Hammed

"Ser feliz não é uma questão de circunstância,
de estarmos sozinhos ou acompanhados pelos outros,
porém de uma atitude comportamental
em face das tarefas que viemos desempenhar na Terra."
Hammed (do livro Renovando Atitudes pág. 25)

Nosso olhar

“ ... vislumbramos fora o que somos por dentro.
(...) ... os olhos vêem conforme nossa atmosfera interior.
É por isso que alguns afirmam: este planeta é uma prisão;
outros dizem porém: não, é um hospital;
mais além outros tantos asseguram: é um belo jardim de paz.
Tua casa psíquica determina tua existência,
tua observação focaliza pântanos pestilentos
ou fontes cristalinas,
serpentes ou pássaros e, assim, diriges teu modo característico de ver,
conforme teu modelo interior, materializando e evidenciando
as coisas ou as pessoas fora de ti mesmo.”
(Hammed no livro Renovando Atitudes p. 160)

Felicidade relativa


“Aquele que se acha bem compenetrado de seu destino futuro não vê na vida corporal mais do que uma estação temporária, uma como parada momentânea em péssima hospedaria. Facilmente se consola de alguns aborrecimentos passageiros de uma viagem que o levará a tanto melhor posição, quanto melhor tenha cuidado dos preparativos para empreendê-la.”
(comentário de Kardec questão 921 de O Livro dos Espíritos) (felicidade relativa)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Reflexões

“A infelicidade é a alegria, é o prazer, é o tumulto, é a vã agitação, é a satisfação louca da vaidade, que fazem calar a consciência, que comprimem a ação do pensamento, que atordoam o homem com relação ao seu futuro. A infelicidade é o ópio do esquecimento que ardentemente procurais conseguir.” Delfina de Girardin
(O Evangelho segundo o Espiritismo cap. V item 24)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Esquecimento do passado

“Para nos melhorarmos, outorgou-nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos basta: a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do que nos seria prejudicial.
Ao nascer, traz o homem consigo o que adquiriu, nasce qual se fez; em cada existência, tem um novo ponto de partida. (...) Suas atuais tendências más indicam o que lhe resta a corrigir em si próprio e é nisso que deve concentrar-se toda a sua atenção, porquanto, daquilo de que se haja corrigido completamente, nenhum traço mais conservará. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, advertindo-o do que é bem e do que é mal e dando-lhe forças para resistir às tentações.”
(O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. V item 11)

Felicidade

“Ninguém pode nos fazer felizes ou infelizes, somente nós mesmos é que regemos o nosso destino. Assim sendo, sucessos ou fracassos são subprodutos de nossas atitudes construtivas ou destrutivas.” (pág. 26 do livro Renovando Atitudes)

(lei de causa /efeito) – Compete a cada um de nós retificarmos hoje uma estrada que ontem desorganizamos. Os males, por nós encontrados, representam tão-somente o resultado dos equívocos que cometemos ontem. No entanto, o dia de hoje representa a bênção do recomeço. Nascemos para acertar, esse representa o grande objetivo de nossa reencarnação. A felicidade independe daquilo que está ao nosso redor; não adianta procurar fora. É uma questão de construção íntima. Joana De Angelis, no livro Vida Feliz, fala que a nossa fatalidade é o bem.
Por isso, pode-se afirmar que ninguém está fadado ao sofrimento. Esse é o fruto de nossas escolhas indevidas; numa palavra, livre-arbítrio utilizado de forma equivocada.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Nosso planeta Terra, nossa casa

“... vislumbramos fora o que somos por dentro.
(...) os olhos vêem conforme nossa atmosfera interior. É por isso que alguns afirmam: este planeta é uma prisão; outros dizem porém: não, é um hospital; mais além outros tantos asseguram: é um belo jardim de paz.
Tua casa psíquica determina tua existência, tua observação focaliza pântanos pestilentos ou fontes cristalinas, serpentes ou pássaros e, assim, diriges teu modo característico de ver, conforme teu modelo interior, materializando e evidenciando as coisas ou as pessoas fora de ti mesmo.”
(Hammed do livro Renovando Atitudes p. 160)

Família - Libertação pelo amor

Nenhuma influência exercem os Espíritos dos pais sobre o filho depois do nascimento deste?
"Ao contrário: bem grande influência exercem. Conforme dissemos, os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros. Pois bem, os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho." O Livro dos Espíritos, questão 208

“ (...) Referimo-nos, porém, ao lar como pouso de desligamento, porque, na Terra, as relações de ordem familiar constituem clima ideal para a libertação de quantos se jungiram entre si, de modo inconveniente, nos desregramentos emotivos em nome do amor. É assim que a sabedoria da Natureza faculta o reencontro, sob as teias da parentela, de quantos se desvairaram, em outro tempo, nos desmandos de ordem sexual, reencontro esse que persiste em condições mais íntimas e mais profundas, até que os companheiros do pretérito, reencarnados na posição de filhos, atinjam a juventude, na existência nova, elegendo novos parceiros para a sua vida afetiva, ante a presença ou a supervisão dos pais ou de familiares outros, nem sempre satisfeitos ou tranqüilos com as escolhas que são obrigados a assistir ou a aprovar pela força das circunstâncias.” (Emmanuel do livro Vida e Sexo item 15)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Reflexões à luz do Evangelho Segundo o Espiritismo

“... as vicissitudes da vida derivam de uma causa, e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 3 cap.V)

“Buscai consolações para os vossos males no porvir que Deus vos prepara e procurai-lhe a causa no passado.” (Santo Agostinho – O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 19 cap.V)

“A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente.” (Santo Agostinho – O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 19 cap.V)

“... nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade.” (Françoais-Nicolas-Madeleine, cardeal Morlot – O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 20 cap.V)

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Exemplo


“ Uma boa ação, contudo, edifica e ilumina sempre.
A criatura ignorante que a observa aprende a elevar-se.
Os olhos menos benevolentes que a vêem recebem nova claridade para a vida íntima.
O homem quase retificado que a identifica adquire mais fortaleza para restaurar-se.”
(Emmanuel)

Palavras são importantes, mas nada como o exemplo. Isso pode nos parecer corriqueiro - todo mundo diz; no entanto, será que já paramos para analisar e refletir se, de fato, ocorre dessa forma?
Basta pensar nos fatos cotidianos de cada um. As pessoas que passam pela nossa vida nos influenciam muito mais pelo que fazem do que, simplesmente, pelo que dizem. Pode-se buscar o exemplo do que ocorre com relação às crianças. De nada adianta falar para o filho dizer a verdade, se nós mentimos para ele ou para outras pessoas. Isso pode ser comprovado, inclusive, a partir da própria observação - representa um fato para aqueles que, de alguma forma, convivem com as crianças.
Será, entretanto, que conosco também não acontece dessa maneira, em alguns casos?
Será que teria valor toda a proposta trazida por Jesus, caso Ele não a tivesse vivenciado? E Paulo de Tarso, o apóstolo que, apesar de não ter convivido (diretamente) com o Mestre, fez tanto pela divulgação do Cristianismo? Buscando em sua história, constatamos o quanto ele precisou vivenciar; sua transformação moral não aconteceu no momento em que teve a visão do Cristo - foi necessário trabalho, trabalho árduo!
Não importa o pouco que já conseguimos fazer, mas o façamos... A nosso benefício, a benefício do outro, a benefício do progresso da humanidade. Todos queremos um lugar melhor para se viver, com menos violência, por exemplo. O que fazemos, no entanto?
Não adianta esperar que o mundo mude; o externo não está ao nosso alcance transformar. Transformemos a nós mesmos, tendo a certeza de que devemos começar pelas pequeninas coisas; façamos o possível e deixemos o impossível para quando ele seja, de fato, possível de ser realizado.
Por que nos preocupar com o que não podemos AINDA fazer, se temos algo que já podemos? Canalizemos, dessa forma, nossas melhores energias para a nossa mudança de postura no dia-a-dia, ao sermos convidados a mostrar (pelo exemplo) quem de fato somos.

Vencendo a nós mesmos



"Não se equivoquem, pois, os que buscam o Mestre dos mestres... Receberão, certamente, a esperada iluminação, o consolo edificante e o ensinamento eficaz, mas penetrarão a linha de batalha, em que lhes constitui obrigação o combate permanente pela vitória do amor e da verdade, na Terra, através de ásperos testemunhos, porque todos nós, encarnados e desencarnados, oscilantes ainda entre a animalidade e a espiritualidade, entre e vale do homem e a culminância do Cristo, estamos constrangidos a batalhar até o definitivo triunfo sobre nós mesmos pela posse da Vida Imortal." (Emmanuel)

Reflexões para o dia-a-dia


“Porque as pessoas se te apresentem más ou egoístas, ou porque te aflijam e desconsiderem, não planejes o revide.
Há quem ainda se compraz no mal, quem perturba e se ufana disso.
São seres mal saídos do primarismo, adquirindo a luz da razão e a sensibilidade da emoção.
Não é justo que desças e a elas te niveles, sofrendo mais, quando podes ascender e elevá-las, alterando a paisagem moral do mundo para melhor.
Seja tua a ação de engrandecimento e compreensão das falhas e limites do teu próximo.
Jamais te arrependerás, agindo assim.” (Joanna de Ângelis)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Transformação

Na mensagem intitulada "Transformação", do livro Vinha de Luz, psicografado pelo médium Chico Xavier, Emmanuel, no trecho final, nos diz: "Ninguém parte ao chamado da VidaEterna senão para transformar-se.
Morte do corpo é crescimento espiritual.
O túmulo numa esfera é berço em outra.
E, como a função da vida é renovar para a perfeição, transformemo-nos para o bem, desde hoje."
Prestando um pouco mais de atenção no cotidiano dos dias, podemos, claramente, perceber o quanto a vida é dinâmica em si mesma. Nada permanece estático. Fazemos, às vezes, força para ficarmos parados; o convite, no entanto, é sempre ao crescimento, aperfeiçoamento constante.
A natureza nos mostra isso, a todo momento. Não é necessário esperar a morte do corpo físico para nos transformarmos; mesmo porque, Kardec nos demonstrou essa realidade através da codificação espírita. O relato dos inúmeros espíritos que se manifestaram, àquela época, deixou bem claro – após a morte, permanecemos tais quais somos (ou éramos). Igualmente, hoje temos acesso a esse fato, através das comunicações mediúnicas sérias.
Assim, desse modo, não nos nascem asas ao desencarnarmos. Se quisermos chegar ao plano espiritual harmonizados, equilibrados e não tão perturbados, comecemos a nos empenhar desde agora. Lembremos que isso representa conquista; jamais um privilégio.
“É imperioso reconhecer, porém, que se a semente é auxiliada pela adubação, pela água e pelo sol, é obrigada a trabalhar, dentro de si mesma, a fim de produzir.” (Emmanuel p. 204 Fonte Viva)
“Todo pensamento mau resulta, pois, da imperfeição da alma; mas, de acordo com o desejo que alimenta de depurar-se, mesmo esse mau pensamento se lhe torna uma ocasião de adiantar-se, porque ela o repele com energia. É indício de esforço por apagar uma mancha.”
(Evangelho Segundo o Espiritismo cap. VIII)

Reflexões de Emmanuel

"Não existem milagres da construção repentina no plano do espírito, como é impossível improvisar, de momento para outro, qualquer edificação de valor na zona da matéria.
O serviço de iluminação da mente, com a elevação dos sentimentos e raciocínios, demanda tempo, esforço, paciência e perseverança.”

(Emmanuel, Vinha de Luz p. 206)
O bom senso nos faz concordar com Emmanuel no que toca ao serviço de iluminação. Notemos – tempo, esforço, paciência e perseverança; dos quatro itens, apenas um não depende de nós – o tempo. Façamos, então, a parte que nos é possível, confiando nos planos divinos...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

“É pelo amor, sol das almas, que Deus mais eficazmente atua no mundo.
(...)
Todo o poder da alma resume-se em três palavras:
– querer, saber, amar!
Querer, isto é, fazer convergir toda a atividade, toda a energia para o alvo que se tem de atingir, desenvolver a vontade e aprender a dirigi-la.
Saber, por que sem o estudo profundo, sem o conhecimento das coisas e das leis, o pensamento e a vontade podem transviar-se no meio das forças que procuram conquistar e dos elementos
a quem aspiram governar.
Acima, porém, de tudo, é preciso amar, porque, sem o amor, a vontade e a ciência seriam incompletas e muitas vezes estéreis. O amor ilumina-as, fecunda-as, centuplica-lhes os recursos. Não se trata aqui do amor que contempla sem agir, mas do que se aplica a espalhar o bem e a verdade pelo mundo. A vida terrestre é um conflito entre as forças do mal e as do bem. O dever de toda alma viril é tomar parte no combate, trazer-lhe todos os seus impulsos, todos os seus meios de ação, lutar pelos outros, por todos aqueles que se agitam ainda na via escura.”
(trecho do livro O problema do ser, do destino e da dor de Léon Denis - terceira parte, As potências da alma -O amor)

De fato, ainda não conseguimos a compreensão do amor, verdadeiro amor – o sublime sentimento que move Jesus e tantos outros Espíritos Superiores a nos ajudar constantemente, mesmo quando tudo parece em vão. Temos, porém, uma pálida noção desse sentimento divino. As palavras de Léon Denis, por exemplo, fazem-nos refletir e, até mesmo, expandir nossas concepções acerca do tema. Entretanto, queremos chamar a atenção para o trecho final do texto de Denis, quando ele nos conclama a ação – “O dever de toda alma viril...” Isso nos faz pensar e repensar sobre a nossa conduta diante da vida e diante das pessoas com as quais convivemos. Se refletirmos um pouco, veremos que, em regra, somos mais apáticos, inativos do que, de fato, atuantes. Deixamos a indiferença tomar conta de nós. Quantas vezes nos omitimos, deixando de vivenciar o que já acreditamos! Será por medo, por insegurança ou, simplesmente, por preguiça?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Renovação íntima



“Contra o nosso anseio de claridade, temos milênios de sombra. Antepondo-se-nos à mais humilde aspiração de crescer no bem, vigoram os séculos em que nos comprazíamos no mal.
É por isso que, de permeio com as bênçãos do Alto, sobram na senda dos discípulos as tentações de todos os matizes.” (Emmanuel)

Mudar não é fácil, ainda mais quando nos propomos a levar em conta toda a bagagem (espiritual) que trazemos conosco de nossas experiências anteriores.
Não é simplesmente o conhecimento que nos “transforma”; lembremos, nesse caso, do sempre apropriado exemplo de Paulo, o Apóstolo. Ao tomar conhecimento de seus grandes equívocos, iniciou uma longa trajetória de auto-iluminação e conseqüentemente de libertação.
A renovação é assim. A tal reforma íntima, tão propagada por nós, não ocorre como num passe de mágica, demanda tempo e perseverança; devendo, inclusive, apoiar-se sempre em bases firmes, já que a solidez torna-se fundamental para que o objetivo de fato seja alcançado.
Como o próprio Emmanuel nos afirma no trecho em destaque acima, contra a nossa vontade de nos modificar está o nosso “passado”. Graças à Misericórdia Divina não nos lembramos dos nossos equívocos “do ontem”, no entanto, eles permanecem, de alguma forma, “presente” em nós. Torna-se necessário e fundamental, inclusive, a vivência, de fato, da mudança íntima. Novamente o exemplo de Paulo de Tarso pode nos ajudar – paralelo à modificação que estava ocorrendo intimamente, havia um passado, no caso dele naquela mesma existência, vivo que falava muito alto. Ele precisou vivenciar, a todo momento até o final daquela existência, que de fato estava ao lado do Cristo; suas palavras, apesar de bastante convincentes, não era o suficiente, foi preciso muito mais do que um bom discurso.
Assim ocorre com cada um, guardando, é claro, as devidas proporções. Por isso, tenhamos paciência conosco. Paciência não significa nos acomodar, de jeito nenhum. Mas sim, em perceber nossos reais limites, em compreender que, de fato, a natureza não dá saltos; ela, ao contrário, dá mostras, a todos aqueles que se propõe a serem bons observadores, de que tudo tem um ritmo. Não há dúvidas de que as mudanças devem ser constantes; tenhamos, no entanto, a humildade de reconhecer que isso representa um processo... Um processo a ser conduzido e direcionado por nós mesmos.
E, que dessa forma, possamos aproveitar os convites que a Vida constantemente nos envia visando sempre a nossa transformação moral, compreendendo, acima de tudo, que somos filhos de Deus e essa condição jamais perdemos.
A partir dessa compreensão, permitiremos que os Bons Espíritos possam, então, aproximarem-se de nós, devido às nossas boas resoluções de mudança, ajudando-nos nessa trajetória longa, mas necessária, de crescimento e, conseqüentemente, de auto-iluminação.



segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Egoísmo

“O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. (...) O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.”
(O Evangelho Segundo o Espiritismo cap. XI item 11 – O egoísmo, Emmanuel)
Em quantos momentos da nossa existência nos trancamos em nosso estreito mundo particular!!! Em grau maior ou menor, somos todos egocêntricos; no entanto, extrapolamos ao imaginar, por vezes, que a “nossa” dor é a maior do mundo, que não há ninguém que sofra mais do que nós. E, dessa forma, fechamos os olhos para aqueles que nos cercam, esquecidos de que as outras pessoas possuem necessidades tanto quanto nós. A proposta da vida é sempre dilatar nossos horizontes; ninguém está dizendo, com isso, que devemos nos enganar ou enganar os outros, fingindo que estamos bem, quando na verdade não estamos. Às vezes precisamos desabafar, sim! falar de nossas dores e também de nossos medos... Torna-se, necessário, no entanto, saber calar em determinados momentos para ouvir o desabafo do outro. Nesse momento, inclusive, temos a oportunidade de, ajudando o outro, conhecer um pouco melhor a nós mesmos. Aquele que não tem tempo de ouvir, que apenas quer falar de si, ainda não percebeu que o mundo não se restringe ao pequeno espaço em que circulamos.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Amigos espirituais a nos orientar

Livro dos Espíritos questão 491: Qual a missão do Espírito protetor?
"A de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida."

Ao reencarnar, trazemos uma programação a ser cumprida. Em regra, um "roteiro" é organizado pelos Benfeitores, com a nossa anuência, onde é traçado, em linhas gerais, o caminho a ser percorrido; levando em consideração sempre nossas necessidades, experiências adquiridas ao longo da trajetória e capacidade que já possuímos para o cumprimento de nossos deveres.
O objetivo de retornarmos é sempre o êxito, e é para isso que nosso "anjo da guarda" nos orienta. Podemos confundir um pouco as coisas, ao imaginar que esses companheiros podem realizar milagres para resolver nossos problemas.
Força, coragem, paciência e resignação jamais nos serão negadas; no entanto, somos nós a realizar a tarefa. A paz (e consequentemente a felicidade) depende do cumprimento dos nossos deveres. E, tenhamos a certeza de que seremos “cobrados” de acordo com nossas reais possibilidades. Não é necessário que ninguém nos cobre, nossa consciência é o mais implacável dos juízes; e também o mais acertado, porque não nos pede contas daquilo que ainda não somos capazes de fazer.
Assim, vejamos a presença do nosso “anjo da guarda” como mais uma oportunidade que o Pai nos concede para que avancemos rumo a condições melhores.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

"Mesmo quando tudo pareça ruir em nossa volta, é ainda a fé amplamente desenvolvida que nos dará a certeza de que, memo assim, estaremos sempre ganhando, ainda que momentaneamente não possamos decifrar o ganho com clareza e nitidez." Com essas palavras de Hammed percebemos que a nossa compreensão, ainda limitada, não consegue alcançar os (reais) objetivos da Vida. Por pior que as coisas estejam, sempre há outros ângulos; basta a nossa movimentação para visualizarmos novas possibilidades e, consequentemente, caminhos diferentes.
"Os aprendizes da Boa Nova constituem a instrumentalidade do Senhor. Sabemos que, coletivamente, permanecem todos empenhados em servi-lo, entretanto, ninguém olvide a necessidade de afinar a trombeta dos sentimentos e pensamentos pelo diapasão do Divino Mestre, para que a interferência individual não se faça nota dissonante no sublime concerto do serviço redentor." (Emmanuel)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

"Aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento
e lançada de uma para outra parte."
(Tiago,1:6.)

domingo, 11 de janeiro de 2009

Se tens fé

Emmanuel nos possibilita uma reflexão acerca da fé na mensagem intitulada "Se tens fé". No último parágrafo do texto ele diz "Se tens fé, sustentarás, sobretudo, o esforço diário do próprio burilamento, através das pequeninas e difíceis vitórias sobre a natureza inferior, como sendo o mais alto serviço que podes prestar aos outros, de vez que, aperfeiçoando a nós mesmos, estaremos habilitando a consciência para refletir, com segurança, o amor e a sabedoria da Lei."
Dessa forma, pode-se pensar que, de fato, o melhor bem que podemos fazer a nosso próximo é a nossa RENOVAÇÃO. Quem não gosta de estar ao lado de uma pessoa harmonizada, equilibrada? Não representa tarefa fácil; aliás, o próprio Mestre Jesus, em momento algum, nos iludiu com facilidades; ao contrário, ele nos falou da porta estreita. No entanto, Emmanuel e outros Benfeitores chamam a nossa atenção para o fato de que é um trabalho perfeitamente possível de ser realizado, desde que nos esforcemos, tendo coragem, perseverança e acima de qualquer coisa VONTADE.
Aliás, a VONTADE representa um ingrediente indispensável. Não há mudança desde que não haja VONTADE. A questão 909 de o Livro dos Espíritos atende muito bem a essa reflexão. Kardec pergunta: Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações? ao que os Benfeitores nos respondem "Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! quão poucos dentre vós fazem esforços."
Fica muito claro que tudo começa pela VONTADE. Inclusive, é pelo uso do nosso livre-arbítrio, ou seja, da nossa VONTADE que nossos Amigos Espirituais podem nos auxiliar...
Lembremos, ainda, que a liberdade é uma Lei Divina e, como tal, imutável.

Espiritismo - um convite à razão

"Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade."
Allan Kardec
Com esse pensamento de Kardec temos o direcionamento para um estudo acerca do conhecimento que a Doutrina dos Espíritos nos oferece. Em um mundo de grandes inquietações, torna-se extremamente necessário um rumo, uma diretriz para chegarmos até a FELICIDADE. Afinal de contas, essa não representa uma constante busca do ser humano?